É, Angola não fez feio. Superando todas as expectativas, o país estreante e candidato a pior equipa deste Mundial entrou em campo e mostrou muita garra. Marcamos, defendemos, corremos e atacamos. É verdade que fizemos algumas trapalhadas, mas nada imperdoável para uma selecção que participa de um Mundial pela primeira vez e que, logo de cara, teve que enfrentar uma das melhores equipas deste Mundial. Equipa esta que é a actual vice campeã europeia e tem como técnico o responsável pelo Penta do Brasil. Era a disputa entre o pequeno Davi e o gigante Golias.
Parecíamos não acreditar, mas estávamos ali em campo para disputar o Mundial da Alemanha ao lado de feras como Figo, Pauleta e Cristiano Ronaldo. Nos primeiros minutos de jogo, os Palancas pareciam estar ainda em estado de deslumbre com todo o clima de estreia e da grandiosidade do evento em si e, logo veio a tristeza. Sofremos o primeiro golo aos 4 minutos do primeiro tempo. O golo mais rápido do Mundial até agora. Desespero total. Admito que naquela hora, a única coisa que passou pela minha cabeça e muitas outras foi vamos perder de goleada, mas, ao contrário do que pretendia a equipa lusa, a goleada não aconteceu.
Entre escorregões e alguns tantos cartões amarelos, os Palancas foram saindo aos poucos do êxtase até perceberem que podiam jogar de igual para igual com o adversário que antes parecia um gigante. Vimos a oportunidade de um empate escapar por entre as pernas do Akwá na tentativa frustrada de um golo de bicicleta. Uhhh tivemos que engolir o grito de golo que já estava na boca. Ó Akwá, não precisava fazer bonito, apenas fazer!
Com o coração na mão ou a mão no coração, vimos o João Ricardo fazer grandes defesas, enquanto ficávamos a espera do empate que não saía. Chegaram as substituições. Com o Mantorras em campo as esperanças aumentaram. Vai vai vai uhhhh. Agora agora chuta e uhhh de novo. Marcado o tempo todo por no mínimo três jogadores da equipa adversária cada vez que tocava na bola, ficou impossível para Mantorras fazer o golo e o grito ficou definitivamente entalado na garganta.
Os Palancas correram, atacaram, marcaram e defenderam. A torcida incentivou, gritou, sofreu e se esgoelou. É, tentamos de tudo. A equipa tentou, a torcida ajudou mas o empate não saiu. Ficamos no quase, mas mostramos para o mundo inteiro que no futebol não existe mesmo favoritismo. Conseguimos assustar os tugas. O Cristiano frustrado Ronaldo que o diga, caso ele sobreviva a crise de raiva por ver o sonho da goleada cada vez mais distante. No fim de tudo, o que ficou para nós, mangolés, foi a sensação de uma derrota com sabor a vitória. E ahora que vengan los chicanos.
Por Carla Marcos
Excelente crónica. O jogo foi exatamente assim. Essa do Cristiano "frustrado" Ronaldo foi Tudo de Bom!
ResponderExcluirFoi mesmo. Tenho que confessar que o jogo foi melhor do que eu esperava. Nem tava dando muito crédito aos Palancas.
ResponderExcluirAgora que já entraram no ritmo do evento (teoricamente) vamos ver como se saem contra los hermanos. Torcida não vai faltar.